A obra “Ciências Forenses: uma introdução às principais áreas da Criminalística Moderna”, referência para profissionais e estudantes das Ciências Forenses, chegou em sua terceira edição. A publicação apresenta os fundamentos e a inter-relação de Ciências Forenses, criminalística e perícia. O livro foi lançado na InterFORENSICS, maior evento integrado de Ciências Forenses da América Latina.
O professor dos cursos de pós-graduação em Ciências Forenses e Perícia Criminal e Computação Forense e Segurança da Informação do IPOG, Jesus Antônio Velho, primeiro autor organizador da obra, nos concedeu uma entrevista exclusiva sobre a importância do livro para a área de Ciências Forenses no Brasil. Confira:
Qual a importância desse livro para a área de Ciências Forenses no Brasil?
As Ciências Forenses, no Brasil, tiveram uma expansão muito significativa nos últimos anos, mas ainda se mostram incipientes, com um restrito número de núcleos de pesquisas esparsos em universidades e centros de perícia.
Entretanto, o papel e a importância crucial das Ciências Forenses para a tomada de decisões no campo jurídico é ponto pacífico e consolidado.
Isso tudo porque o Direito, destacadamente o campo penal e processual penal, ingressou em uma nova era onde provas inconsistentes, baseadas apenas em depoimentos sem conexão com os vestígios produzidos pela ação criminosa, deixaram de autorizar qualquer diagnóstico capaz de condenar ou absolver pessoas.
O Direito precisa do tecnicismo das ciências. Assim, por meio de uma metodologia precisa, as ciências emprestam cada vez mais seus serviços ao Direito, em uma relação intrínseca já consolidada.
Esse processo deu origem à Criminalística. É preciso, portanto, que os profissionais dessas áreas atuem em conjunto, ajudando-se mutuamente, para alçar o país à categoria a que realmente pertence: a de Estado Democrático de Direito.
Como essa obra contribui para o conhecimento e atuação do profissional no mercado?
Além de preparar o futuro profissional, esta obra é, essencialmente, fonte de consulta permanente aos peritos e assistentes técnicos, e aos profissionais do Direito que são usuários da perícia nas suas mais diversas funções, tais como advogados, magistrados, delegados de polícia, procuradores e promotores de justiça.
Com o livro, temos ainda a ambição de demonstrar que a palavra da ciência, e não a do perito, é a palavra final. Se não forem seguidos os princípios técnicos e legais que norteiam à criminalística, o laudo pericial pode ser também uma peça morta dentro do processo.
Como foi o processo de organização e quais são as novidades do livro?
Nesta terceira edição não apresentamos novos capítulos, a fim de que a obra não se torne demasiado extensa, e continue a ser um material prático e acessível para estudo e consulta, porém quase todos os capítulos apresentam atualizações.
Novas técnicas continuam a ser desenvolvidas e certamente haverá evolução contínua das Ciências Forenses, que esperamos estar aptos a apresentar sempre de maneira atualizada. Trata-se de uma obra que sou o primeiro autor organizador, mas que só foi possível de ser concretizada graças ao apoio de vários outros autores colaboradores.
Como tem sido a recepção da obra?
Na tentativa de catalisar a interação do Direito e das Ciências Forenses, surgiu a obra “Ciências Forenses: uma introdução às principais áreas da Criminalística Moderna”, hoje na sua terceira edição. Após cinco anos do lançamento da primeira edição, ficamos honrado em constatar que está consagrada como uma obra de referência, citada em vários editais para concursos de Peritos Criminais.
Sobre Jesus Antônio Velho
Perito Criminal Federal, atuando nas áreas de Análises de Locais de Crime, Química Forense, Balística Forense, entre outras. Em relação às atividades de ensino, é Professor Doutor de Criminalística da Universidade de São Paulo (USP), e professor convidado da área de Locais de Crime na Academia Nacional de Polícia. É Presidente da Sociedade Brasileira de Ciências Forenses, 2015/2017. É autor organizador da série de livros “Criminalística Premium” da editora Millennium. É professor do IPOG nos cursos de pós-graduação em Ciências Forenses e Perícia Criminal e também Computação Forense e Perícia Digital.