Como a espionagem infiltrou no Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal (STF) percebeu que o ‘serviço de espionagem’ havia entrado pelas portas da Suprema Corte por meio de uma estagiária do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, segundo aponta as investigações da Polícia Federal.

Tatiana Garcia Bressan, segundo aponta a PF, era estagiária no gabinete do ministro e utilizava da confiança como servidora para passar informações privilegiadas e sigilosas para o blogueiro Allan dos Santos, acusado de produzir e divulgar fake news, fomentando atos antidemocráticos e de interesse de bolsonaristas.

Agente infiltrada no STF

Para o ministro Ricardo Lewandowski, uma agente infiltrada no STF representa a falta de compromisso com a ética pública e a democracia, considerando o caso como lamentável.

Todo material que chegou à pessoa da estagiária foi obtido a partir de quebra do sigilo telefônico do blogueiro Allan dos Santos com autorização do STF, cujo inquérito buscava provas sobre quem estaria financiando o esquema de divulgação de fake news.

Espiã entrou pelas portas

Tatiana Garcia Bressan estagiou no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski entre 2017 a 2019, e foi contratada pelo STF antes mesmo de ter contato com Allan dos Santos, ou seja, a espiã não teria sido infiltrada no Supremo Tribunal Federal, e sim, coaptada pelo blogueiro.

Este é o primeiro caso que se tem conhecimento sobre atos de espionagem dentro da mais alta Corte do Brasil, que lida com documentos e casos sigilosos envolvendo pessoas dos mais altos escalões em de todas as esferas sociais e ideológicas, além de processos relacionados às pessoas sem representatividade política, social ou econômica.

Quem manda no STF?

Conversas obtidas durante as investigações mostraram detalhes entre as comunicações entre a estagiária e o blogueiro sobre ações judiciais no gabinete do ministro, incluindo processo envolvendo o ex-presidente Lula, e conversas entre Ricardo Lewandowski com o general Eduardo Villas Bôas, ex- comandante do Exército, e que tinha boas relações com o ministro, disse Tatiana Garcia.

O fato em questão apresenta um panorama da espionagem e como os agentes podem se infiltrar em instituições relevantes na busca de dados para atender seus próprios interesses ou de terceiros.

Fonte: Revista Segurança

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