Cada pessoa tem sua forma própria de agir, seus gestos e cacoetes comuns. Alguns traços, no entanto, estão relacionados a sua personalidade e são úteis para identificar o que podemos esperar delas.
LaRae Quy passou 23 anos como agente da inteligência do FBI e agora se dedica a ensinar o que aprendeu a empresários e empreendedores. a. O colunista da Inc. Justin Bariso, reuniu as dicas de Quy em um texto publicado no site da revista. O passo a passo inclui desde a criação de uma “base de dados” até uma série de questões que te ajudarão a definir a personalidade de alguém.
1º passo: os detalhes
Primeiro, você precisa perceber o que é ou não natural da pessoa. Alguns gestos como mexer a perna em uma situação de espera ou olhar para o teto podem ser simples cacoetes. No entanto, quando tais ações acontecem em um momento específico você pode identificar o que as causa. Estes comportamentos podem mostrar, entre outras coisas, decepção, raiva ou ansiedade.
Criar uma “base de dados” dos gestos que a pessoa realiza em seu dia a dia irá te ajudar a saber quando algo não está bem. O que foge do padrão indica anormalidade. Olhar para as inconsistências passa a ser, então, o próximo passo.
2º passo: a interpretação
Ao identificar gestos que não são corriqueiros devemos entender a situação em que aparecem, lembrando que são normamente involuntários. Preste atenção às diferenças que existem entre a base da dados que você criou da pessoa e os gestos em cada situação. Lembre-se que ela não os realiza para que você saiba como se sentem. Eles simplesmente existem.
Um exemplo é você perceber que um colega pigarreia sempre que está nervoso. De repente, enquanto você lhe apresenta algumas mudanças em um projeto, ele passa a fazê-lo. Algo pode estar errado.
Comparar as situações e os cacoetes equivalentes a elas nos permite criar uma nova base, com as anormalidades da pessoa. Isso será útil, por exemplo, se você precisar dar uma notícia ou propor um novo negócio. Se a pessoa está nervosa ou mostra sinal de incerteza, a atenção precisa ser redobrada.
Outra questão em relação aos gestos anormais é verificar se eles acontecem de forma concomitante. Pigarreou, bateu os pés e ainda arranhou alguma coisa? Tome cuidado.
3º passo: o reconhecimento
Os chamados neurônios-espelho fazem com que nosso corpo reflita as ações de pessoas que estão ao nosso redor. Um sorriso ativa os músculos que nos fazem sorrir, por exemplo. Se arquear o ombro em sinal de preocupação, da mesma forma o deixará em alerta.
Quando encontramos alguém de quem gostamos, nossos músculos da face relaxam e nosssas sombrancelhas ficam arqueadas. Se o interlocutor não age da mesma maneira, pode estar te enviando uma mensagem: ele ou ela não gostam de você ou não estão contentes com suas ações.
4º passo: a identificação
Muitas vezes somos condicionados a olhar direto para o chefe de um setor quando em uma reunião. Esta pessoa, entretanto, não é necessariamente a que melhor resultados lhe trará. O líder pode não ter uma personalidade forte. Tente buscar quem realmente manda.
Em uma mesa de reunião, a pessoa mais confiante provavelmente será a mais poderosa. Para identificá-la, procure quem tem a voz mais forte, uma postura expansiva e um sorriso largo. Se você estiver apresentndo uma ideia, identifique a voz mais forte e suas chances de ser bem-sucedido aumentam.
Por outro lado, há pessoas que claramente dão sinais de falta de confiança. Elas mantêm a cabeça baixa e não parecem à vontade no ambiente. Ao identificar a falta de confiança em alguém é preciso que ações sejam tomadas para trazer aquela pessoa de volta ao processo, fazendo-a acreditar mais em si. Uma opção é direcionar a ela questões diretas que a façam falar mais durante uma reunião, motivando-as a colocar suas ideias na mesa.
Podemos ainda usar suas palavras para entender a maneira como agem. O termo “decidi”, por exemplo, indica que o assunto foi previamente pensado e que uma decisão não foi uma mera opção aleatória. As palavras chave de cada sentença é que permitem tal compreensão dos demais.
5º passo: o questionário completo
Cada um de nós tem uma personalidade, mas você pode se fazer algumas perguntas básicas para compreender melhor as atitudes de alguém.
As opções apresentadas por LaRae Quy são:
– Esta pessoa é introvertida ou extrovertida?
– Esta pessoa dá muita importância ao seu relacionamento com os demais?
– Como esta pessoa lida com riscos e incertezas?
– O que alimenta o ego desta pessoa?
– Qual o comportamento desta pessoa quando estressada?
– Qual o comportamento desta pessoa quando relaxada?