O Ministério da Justiça mantém um sistema quase paralelo de inteligência capaz de espionar milhares de pessoas com base em informações coletadas em instituições pública e até por radares de rodovia, é o que diz uma reportagem publicada pela Revista Crusoé.
Cerca de 360 mil pessoas estão sendo monitorada atualmente pelo sistema Córtex, cuja justificativa, segundo o Ministério da Justiça, é o de fazer levantamento de criminosos, bem como, para dar suporte às operações policiais na busca e prisão de pessoas suspeitas.
Uso de dados pessoais
Lançado em 2018, o Córtex faz uso de radares situados em cidades e rodovias por meio de acordos firmados entre o Ministério da Justiça e os estados no compartilhamento de informações, porém, o sistema mantém dados pessoais de milhares de brasileiros, como CPFs, RGs, endereços, veículo, salário e outras informações que podem, caso não haja controle, cair nas mãos de criminosos.
O grande problema é que o sistema Córtex não passa pela chancela do Ministério Público, e tão pouco pela Comissão de Controle da Atividade de Inteligência, ligado à Câmara dos Deputados (CCAI).
Sistema Brasileiro de Inteligência
Ele pode ser paralelo na medida em que não esteja integrado ao Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), sistema que mantém informações sigilosas e que também dá suporte de informações para as demais forças de segurança dos estados por meio do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), suporte confirmado pelo Ministério da Justiça.
Em 2021, outro sistema de espionagem, o DarkMatter, estaria sendo negociado por um integrante do tão falado “gabinete do ódio”, em Dubai, nos Emirados Árabes, durante uma visita do presidente Jair Bolsonaro ao governo saudita. O sistema ficou conhecido por rumores de que estaria sendo usado para monitorar jornalistas e ativistas.
Fonte: revista segurança