Um dos maiores desafios na Busca Patrimonial é vencer as barreiras criadas pelo devedor entre este e seu patrimônio de fato, pelas estratégias de ocultação patrimonial, inclusive dentro da sua rede de relacionamentos.
Dentre as diversas possibilidades de estratégias que um devedor pode adotar, as mais comuns envolvem a alienação dos bens a terceiros, conhecidos popularmente como “laranjas”, a fim de torná-los inalcançáveis em primeiro momento em eventual cobrança judicial.
Para vencer essa barreira, ADDP BRASIL conduz as Investigações Patrimoniais com uma metodologia mais ampla que as tradicionais, incluindo a análise patrimonial de pessoas vinculadas ao target, qual abordamos ao longo desse artigo para mostrar a sua importância.
Como funciona a Rede de Relacionamentos nas Investigações Patrimoniais?
Primeiramente, para que possam ser identificados possíveis “laranjas”, uma das etapas iniciais da Investigação Patrimonial é o levantamento da Rede de Relacionamentos. Este levantamento consiste em uma apuração de pessoas físicas próximas ao target, com foco em familiares, e pessoas jurídicas relacionadas a essas, apresentada em formato de árvore genealógica e diagrama de vínculos.
Em seguida, quando confrontadas as redes de relacionamentos de pessoas físicas e jurídicas, muitas vezes é possível já no primeiro momento vislumbrar indícios de estratégias de ocultação e afins como, por exemplo:
- Formação de Grupos Econômicos
- Sucessão Empresarial
- Criação de Holdings Patrimoniais (sejam pessoais ou vinculadas à atividade econômica)
Qual a importância da Rede de Relacionamentos?
A análise desses indícios é de suma importância para qualquer etapa de uma cobrança, pois através dela o credor pode estimar o tempo e os custos para recuperar o crédito dentro de um processo judicial e assim definir a viabilidade da utilização desta modalidade de cobrança.
Eventualmente, os indícios apontados por uma rede de relacionamento, em conjunto com as demais fases de uma investigação patrimonial, podem apontar que sequer há necessidade de despender grande esforço em uma cobrança judicial. Uma vez que o credor está munido de informações relativas às estratégias de ocultação do devedor, pode levar este a entender que sua melhor opção é adimplir a dívida para evitar que sua estrutura seja exposta em uma eventual discussão judicial para os demais credores.
Neste cenário, o credor que utiliza da investigação patrimonial pode iniciar uma negociação em posição extremamente confortável.
Outro momento onde a análise da rede de relacionamento pode ser de grande importância é muito anterior à cobrança judicial: o momento da análise para concessão do crédito.
Um estudo prévio da rede de relacionamento do cliente que pleiteia um empréstimo pode reduzir índices de inadimplência, já que o credor estará munido desde o começo de informações relativas à estrutura empresarial do tomador do crédito.
Desse modo, poderá verificar a existência de indícios de formação de Grupo Econômico ou de ocorrência de Sucessão Empresarial, que em determinadas situações podem sugerir uma intenção prévia de inadimplência.
A Rede de Relacionamento na esteira do crédito à cobrança
A Rede de Relacionamento pode ser um trunfo para o credor durante toda a esteira do crédito à cobrança. Isso porque uma vez que a proteção de patrimônio contra medidas judiciais expropriatórias em grande parte das vezes envolve terceiros, que não compõe a relação entre o credor e o devedor de forma direta, ter pleno conhecimento da estrutura empresarial e pessoal deste pode ser determinante para alcançar seu patrimônio em caso de inadimplência.
Além disso, posteriormente é possível classificar corretamente o risco de inadimplência durante os procedimentos de concessão de crédito.
