A técnica mais perigosa para a integridade do detetive profissional é a Infiltração; dependendo do local, nem mesmo telefones celulares funcionam, caso o profissional precise acionar um auxílio de urgência; no entanto, muito eficaz e diversas vezes extremamente necessária para o desfecho de um caso.
Infiltrações lícitas são aquelas em que o detetive está autorizado pelo contratante, por exemplo, em uma empresa; ou em locais de acesso ao público, como casas noturnas e ainda, quando no curso dos trabalhos o investigado ou terceiros franqueiam o acesso do detetive, este utilizando uma história de cobertura que preserve a confidencialidade do caso. O que não se pode confundir é infiltração com violação de domicílio ou de privacidade, as quais divergem da atuação do investigador privado.
Para o pleno exercício da profissão e sigilo da investigação particular, o detetive deve utilizar seus equipamentos sim, mas de forma discreta, para que possa registrar o que apurar na infiltração; material que irá instruir o Relatório. O áudio (gravação ambiental) também pode ser utilizado, uma vez que desta forma não estará violando conversas confidenciais, sendo necessário ter zelo por todo o material coletado: cartões de visitas com grafias, documentos, imagens e em especial a mídia onde contém o áudio, para que seja devidamente acondicionada e mantendo a originalidade/autenticidade dos arquivos.
Certa vez, em uma infiltração, iniciei a conversa com um investigado; chovia muito neste dia, então tomei muita cautela com os equipamentos. Se tratava de uma região rural, onde todos se conhecem. Dentre esta conversa e história de cobertura sendo desenvolvida, que foi previamente alinhavada com a minha equipe antes da diligência e posterior infiltração, o alvo da investigação privada me convidou para entrar na fazenda, na qual eram realizados eventos inerentes a região. Neste momento, o equilíbrio não poderia faltar…um erro e o caso estaria fulminado ou minha integridade poderia ser violada de forma iminente. Já tendo pesquisado o ramo de atividade profissional do investigado, conduzi a conversa com linguagem similar a dele. Entre um café adoçado e um biscoito caseiro, coletei o material que precisava, o qual com outras técnicas não seria possível.
O detetive particular deve sempre se preservar ao longo de uma investigação. O risco faz parte de nossa profissão, mas aplicando cada vez mais técnicas diversas, equipamentos e sobretudo estudar o caso com minúcias, reestudá-lo e tornar a compulsar o mesmo, bem como jamais desistir, chegaremos com licitude e qualidade a expressão: Caso encerrado…
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