Durante um interrogatório, a pressa é inimiga da perfeição
Entender como conduzir um interrogatório pode parecer complicado a princípio, mas é uma prática comum para uma autoridade judicial. Planejar, testar e executar ajuda a manter o foco e atingir o objetivo.
A acusação deve comprovar a hipótese da acusação, enquanto a defesa deve comprovar a inocência. Ambas as partes buscam mostrar para o júri qual é a verdadeira versão da história.
Para entender mais sobre como direcionar um interrogatório continue aqui conosco. Vamos sanar todas as suas dúvidas e apresentar dicas essenciais sobre esse assunto.
O que é um interrogatório?
Interrogatório é a ação ou efeito de interrogar. Partindo para o aspecto jurídico, que é o que mais nos interessa, ele está relacionado às perguntas feitas por uma autoridade judicial ao réu ou às testemunhas.
O interrogatório consiste em ataque e defesa de uma ideia e/ou situação, com o objetivo de provar para o júri quem está certo. O profissional que guia o inquérito tem de ter tato, instrução e capacitação para realizar essa função.
Qual é o profissional que pode fazer esse tipo de atividade?
Os profissionais capacitados para conduzir um interrogatório são os investigadores de polícia e os advogados, que buscam comprovar seu ponto. E o juiz que deve ser imparcial, ouvindo todas as partes para chegar a um veredito.
Já os detetives particulares podem te ajudar na investigação sobre os fatos e, consequentemente, a traçar um plano para desvendar mistérios ou até mesmo ajudar na hora de planejar como conduzir um interrogatório.
Mas, atenção! É importante deixar bem claro que esse trabalho só pode ser feito por profissionais autorizados. Detetives particulares não fazem interrogatórios, certo? Veja algumas dicas para a condução:
1- Conhecendo a testemunha
É preciso fazer uma pesquisa aprofundada sobre o caso, conhecendo cada detalhe para conseguir fazer as perguntas certeiras. Todos os fatos devem ser estudados e não apenas os que necessita saber antes do começo do julgamento.
Após reunir os dados, é feito um estudo sobre a testemunha, a fim de determinar como conduzir o inquérito. Conhecer o histórico da pessoa ajuda a definir as estratégias para conseguir as respostas cruciais para continuar com a investigação.
Toda a defesa pode ser feita apoiada no descrédito da testemunha, por exemplo. Por isso, é fundamental comprovar todos os fatos, com fontes confiáveis, como documentos oficiais e declarações assinadas.
2- Elaborando um plano para o interrogatório
Traçar um plano com passo a passo para o interrogatório serve como um guia. Quem conduz a sessão deve planejar com antecedência, todas as perguntas que irá fazer e as respostas que espera receber, com o máximo de precisão possível.
O intuito é conduzir uma sequência de perguntas diretas que farão a testemunha dar respostas que irão te favorecer. Expor lacunas, ideias e pontos fracos no testemunho ajudam bastante.
Também faz parte do plano questionar sobre a prova específica, seja para esclarecer ou para contestar algo falado ao longo do julgamento. Afinal, o foco deve ser um objetivo e perguntas sem propósito podem atrapalhar.
3- Durante o depoimento
Todo o plano traçado para o interrogatório deve estar pronto até a data do depoimento, para testar como a testemunha reagirá. Esse é um meio de pôr à prova o plano e saber se ele funciona.
E o que acontece quando as respostas recebidas não são as esperadas? Neste caso, é possível focar nas coisas mais favoráveis de cada caso e melhorar o plano, de modo que ele seja mais eficaz.
4- Avaliação de inconsistências
Quando somos questionados a respeito do mesmo assunto mais de uma vez, aparecerão inconsistências e é função do profissional que faz o interrogatório achá-las e usá-las. É por isso que algumas perguntas são repetidas várias vezes.
Quando achar algo útil, o investigador cria questionamentos que acentuam as inconsistências para o júri durante o interrogatório. Ele foca nas respostas tendenciosas da testemunha e as utiliza para tornar a fala dela duvidosa.
Se as respostas do depoimento feito antes forem diferentes das que ela diz agora, quem conduz o interrogatório menciona a declaração feita anteriormente na próxima pergunta. Assim, a testemunha pode ser desacreditada.
5- Importância de perguntas eficazes
Para elaborar perguntas eficazes é importante seguir algumas dicas, pois é com elas que o interrogatório é conduzido Confira alguns pontos que são usados na formulação de questionamentos:
- Um fato a cada pergunta: Perguntas com muitas informações aumentam a chance de receber uma resposta inesperada. As perguntas devem ser simples, um fato de importância por vez.
- Nada de pressa: A testemunha deve ser conduzida lentamente para confirmar cada fato antes de seguir para a próxima pergunta. Assim, é possível dar continuidade ao argumento, mantendo o controle da situação.
- Perguntas orientadoras: A maioria das perguntas deve ser construída para que a testemunha tenha que responder com “sim”.
- Redução das possibilidades de surpresa: É importante manter-se no controle do interrogatório. Perguntas abertas dão margem para respostas imprevisíveis e subjetivas, é importante usá-las estrategicamente.
- Perguntas no sentido afirmativo: “Não seria o caso” “não é certo”. O uso do não exige moderação, pois é desconfortante requer esforço para ser compreendido. É inclusive uma estratégia para confundir o depoente e o adversário.
- Perguntas abertas com estratégia: Às vezes, a melhor forma de convencer os jurados e o juiz é fazendo a testemunha falar. Isso abre margem para achar alguma inconsistência na fala dela para usar depois, se for te ajudar no caso.
Aprenda também: Quais são as principais áreas de atuação de um detetive particular?
6- Preservar o interesse do juiz e dos jurados
Um dos pontos importantes de como conduzir um interrogatório com maestria é não aborrecer o júri. É importante evitar perguntar sempre da mesma forma. Vale a pena usar estruturas diferentes e afirmar fatos indicando com o tom de pergunta.
Também preciso evitar ficar sempre perguntando “é correto isso?” “Não é certo aquilo?”. Isso torna o inquérito massante e mecânico, o foco e interesse dos jurados na fala de quem está interrogando convence melhor.
É importante manter a cortesia e a educação em qualquer depoimento, mesmo que a testemunha minta ou desafie. A disputa não é com ela, mas sim com a parte adversa para convencer o júri.
Se for necessário, é importante recompor com gentileza a testemunha em seu devido lugar e nunca ser sarcástico ou antecipar conclusões que cabe ao juiz. Isso demonstra arrogância, insegurança na tese e dá uma imagem técnica negativa.
7- Adaptação de perguntas para cada pessoa
As testemunhas são diferentes e precisam ser tratadas de forma diferente. É preciso utilizar a entonação e as formas de obter as respostas com os pontos mais favoráveis para cada caso.
Geralmente, o interrogatório começa com perguntas mais fáceis, para deixar a testemunha mais confortável. Ao estabelecer um elo de confiança, as perguntas mais complicadas podem ser feitas com persistência e sem intimidação.
8- Término com determinação.
A última informação a ser lembrada será a resposta da testemunha à última pergunta. Encerrando os questionamentos e tendo convencido os jurados de maneira efetiva, não há necessidade de fazer outras perguntas.
O controle deve estar na mão de quem interroga. Um advogado, ao indagar uma testemunha, é quem conduz a conversa e não deve deixar ela dizer informações irrelevantes, inconvenientes ou suas próprias afirmações.
9- Treino
Para interrogar bem é importante treinar bastante para fazer as perguntas, apresentar as evidências e lidar com a pressão das perguntas de acompanhamento. É normal treinar com alguém para tornar a situação mais próxima da realidade.
É o que dizem “a prática leva a perfeição” e nesse caso é exatamente isso! Gostou de aprender como conduzir um interrogatório? Vale reforçar que a prática exige muito estudo e somente deve ser feita por um profissional habilitado.
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